Um dos nomes mais conhecidos da música americana, Sean Diddy Combs, agora está no centro de um escândalo judicial de grandes proporções em Nova York. O julgamento federal começou com a seleção do júri em 5 de maio de 2025 e promete semanas intensas de relatos, confrontos jurídicos e atenção da mídia internacional.
Combs enfrenta uma lista de acusações pesadas: conspiração para extorsão, duas acusações de tráfico sexual através de força, fraude ou coação, e duas por tráfico com fins de prostituição. O Ministério Público detalha um suposto esquema sistemático de abuso e exploração — acusa Combs de usar sua influência e recursos, juntamente com aliados e funcionários próximos, para abusar de mulheres. As práticas narradas incluem suborno, ameaças, agressões, sequestros e até incêndios, segundo a acusação. O objetivo: intimidar e silenciar vítimas.
O termo 'freak offs' — eventos privados onde alegadamente ocorriam abusos motivados por drogas — virou sinônimo da atmosfera de medo e manipulação descrita no processo, cobrindo um período de vinte anos. Segundo as denúncias, funcionários eram aliciados para encontrar garotas e garantir que ficassem sob controle de Combs e sua equipe. Dinheiro, festas exuberantes e promessas de carreira também faziam parte do arsenal de sedução e dominação. Quem tentava escapar ou denunciar, relata o processo, teria sofrido represálias.
O nome de Cassie Ventura, ex-companheira de Combs, é um dos que mais chama atenção no processo. Ela prometeu depor sob identidade real, trazendo à tona alegações de violência prolongada e estupro que já haviam motivado um processo judicial em 2018. Três outras mulheres, que preferiram usar pseudônimos por medo e preservação, também vão relatar experiências de abuso, assédio e coerção. Esses depoimentos devem ser cruciais para o andamento dos trabalhos.
Combs, por sua vez, recusou um acordo judicial proposto antes do julgamento e afirma ser inocente de todas as acusações. Enquanto isso, permanece detido no Brooklyn desde setembro de 2024, aguardando o desfecho do caso mais dramático de sua carreira. O risco não é pequeno: a condenação pode significar prisão perpétua. A expectativa é que as audiências, repletas de minúcias sobre festas privadas e dinâmicas de poder, durem pelo menos oito semanas. Os primeiros discursos oficiais dos advogados começam a ser ouvidos a partir de 12 de maio.
De empresário admirado e ícone da cultura pop a réu federal, o futuro de Combs agora está nas mãos de um tribunal. O caso não apenas ameaça redefinir sua trajetória, mas também lança luz sobre as estruturas de poder e silêncio que ainda persistem na indústria do entretenimento.
Escreva um comentário
Seu endereço de e-mail será restrito a nós