A confirmação de Guilherme Boury no elenco de A Fazenda 17 veio com um dado que chama atenção: ele é sobrinho de Fábio Jr. e, por isso, primo de Fiuk e Cleo. O nome completo — Guilherme Boury Ayrosa Galvão — entrega a árvore genealógica. A família é conhecida no entretenimento há décadas e mistura música, direção e teledramaturgia.
Nascido em 28 de outubro de 1983, em São Paulo, Guilherme cresceu vendo de perto sets de gravação. A mãe, Margareth Boury, é autora; o pai, Heraldo Corrêa, é diretor. Do lado materno, ele é neto do diretor Reynaldo Boury e sobrinho de Alexandre Boury, outro nome forte em teledramaturgia. Do lado musical, a conexão com Fábio Jr. explica o parentesco com Fiuk e Cleo, dois rostos muito conhecidos do público.
Na TV, ele começou em 2006 na Record, em Prova de Amor, vivendo o surfista Nobru. Ganhou destaque no ano seguinte como Caio, um dos protagonistas de Alta Estação. Vieram depois Amor & Intrigas e Poder Paralelo, títulos que consolidaram a imagem de galã jovem, versátil, transitando de mocinhos a personagens com mais conflito.
Em 2011, Guilherme assinou com a Globo e participou da série Divã. No mesmo ano, entrou em Fina Estampa, de Aguinaldo Silva, como o estudante de Medicina Daniel. Em 2013, migrou para o SBT para ser Júnior, o protagonista adulto do remake de Chiquititas, que virou fenômeno infantil e o colocou no radar de um público novo, de famílias e crianças.
Depois, em 2016, voltou à Record em A Terra Prometida, como Iru, personagem da trama bíblica. Em 2017, retornou ao SBT para As Aventuras de Poliana, interpretando Sérgio Antunes. Entre idas e vindas, ele construiu uma carreira que atravessa os principais canais abertos, algo raro para atores da sua geração.
Para quem perdeu o fio da meada, a trajetória dele passa por quase duas décadas de TV aberta:
Esse histórico ajuda a entender por que a presença dele no reality desperta curiosidade. Ao mesmo tempo em que carrega o selo de uma família famosa, ele tem lastro próprio: papéis marcantes, experiência de set e reconhecimento entre fãs de novelas.
A entrada de Guilherme no confinamento ganhou os holofotes por um motivo incômodo para a emissora. Horas antes da estreia, imagens de dentro da sede circularam nas redes, mostrando quatro famosos já instalados no local: o próprio ator, a venezuelana Gaby Spanic, Nizam (ex-BBB 24) e Dudu Camargo. A Record disse investigar como o material saiu do controle e, fiel ao protocolo nessas situações, não comentou a presença dos nomes gravados.
A estreia foi ao ar às 22h30, com um elenco de 25 pessoas, um a menos do que o planejado. Um participante testou positivo para COVID-19 e ficou de fora do primeiro dia. A emissora não revelou identidade nem o prazo de retorno. Em produções desse porte, o procedimento costuma incluir isolamento, nova testagem e avaliação médica, o que pode atrasar a entrada — ou até impedir, dependendo do quadro.
A temporada chega com uma novidade no jogo: a dinâmica dos Infiltrados. Dois participantes são escolhidos para agir como espiões, mas cada um acredita ser o único com essa função. A graça está no segredo duplo: eles tentam cumprir tarefas sem serem desmascarados, enquanto todo o resto joga no escuro. Isso tende a bagunçar alianças iniciais e pode mudar votos em cadeia, principalmente na primeira semana, quando tudo é impressão.
O vazamento tirou parte do efeito surpresa da estreia, mas também esquentou a conversa nas redes, onde reality vive e morre de engajamento. Nomes como Gaby Spanic — eterna Paola Bracho de A Usurpadora — atraem atenção internacional. Nizam chega com a experiência recente de confinamento no BBB 24, algo que pode ajudar no início, quando a adaptação pesa. Dudu Camargo, ex-apresentador do SBT, é personagem de comportamento imprevisível, o que costuma render jogo.
Para Guilherme, o desafio é duplo: administrar a curiosidade em torno do sobrenome e mostrar quem é no jogo. Ele conhece câmera, sabe falar para o público e tem traquejo em pressão de set, mas reality show adiciona variáveis que novela não tem: convivência 24 horas, prova de resistência, leitura de voto e reação em tempo real do público.
Dentro do pacote, a questão da herança artística pode virar tema de conflito e de narrativa. É comum que rivais usem o rótulo de “filho de” ou “sobrinho de” como munição em discussões, enquanto fãs cobram postura que confirme — ou desfaça — a imagem criada fora da casa. Em jogo longo, quem transforma isso em história a seu favor costuma resistir mais semanas.
O ponto de partida, portanto, mistura três camadas: uma carreira consistente que explica o convite, um sobrenome que potencializa a curiosidade e um início marcado por imprevistos — vazamento e COVID — que mexem com a lógica da estreia. A partir daqui, o que conta é estratégia, leitura de ambiente e como cada participante lida com a pressão que só o confinamento produz.
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