Tremembé: Série do Prime Video estreia em 31/10/2025 com casos reais de criminosos famosos

5

novembro

A série Tremembé vai deixar o Brasil sem fôlego na sexta-feira, 31 de outubro de 2025, quando todos os cinco episódios da primeira temporada serão liberados de uma vez no Prime Video. Não há lançamentos semanais, nem teasers escondidos — apenas 225 minutos de verdade, cru e incômodo, ambientados dentro da Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, mais conhecida como Tremembé II, em Tremembé, São Paulo. A produção, dirigida por Vera Egito, não é ficção. É um docudrama que puxa a cortina para mostrar como criminosos famosos convivem, se aliam, se traem e sobrevivem atrás das grades — com atores que se transformam em figuras que já marcaram a história do crime brasileiro.

Quem são os personagens reais por trás das cenas?

A série começa com a chegada de Suzane von Richthofen (interpretada por Marina Ruy Barbosa) ao presídio, uma mulher que matou os próprios pais em 2002 e ainda hoje divide opiniões: vítima de manipulação? Ou arquiteta fria de um plano perfeito? Sua sobrevivência no cárcere depende da aceitação de Sandrão (Letícia Rodrigues), uma detenta lendária, cuja figura real inspira medo e respeito entre os presos. Ao redor delas, a série constrói um mosaico de nomes que viraram manchetes: Elize Matsunaga (Carol Garcia), que esquartejou o marido em 2008; Alexandre Nardoni (Lucas Oradovschi) e Anna Carolina Jatobá (Bianca Comparato), responsáveis pela morte da pequena Isabella em 2008; Cristian e Daniel Cravinhos (Kelner Macêdo e Felipe Simas), os irmãos que ajudaram Suzane no crime; e Roger Abdelmassih (Anselmo Vasconcelos), o médico acusado de abusar de dezenas de pacientes.

A base é sólida: os livros Suzane: Assassina e Manipuladora (2020) e Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido (2021), ambos do jornalista Ulisses Campbell, e autos processuais reais. Nada de exageros. Nada de ficção inventada. O que acontece ali é o que realmente aconteceu — ou pelo menos, o que os registros dizem que aconteceu. E isso assusta. Porque não é só sobre crimes. É sobre como o sistema prisional brasileiro transforma pessoas em ícones, e ícones em mercadorias.

Por que Tremembé é diferente de outras séries de true crime?

Enquanto séries internacionais como Making a Murderer ou The Staircase se concentram em um único caso por temporada, Tremembé funciona como um antológico. Cada episódio não é só um capítulo — é um mundo. Um episódio pode ser sobre o amor tóxico entre Suzane e Daniel Cravinhos; outro, sobre como Elize manipulou a família dela para esconder o esquartejamento; outro ainda, sobre a forma como Anna Carolina Jatobá se apresentava como mãe exemplar enquanto escondia o abuso da neta.

A escolha de lançar tudo de uma vez é estratégica. Não é só para agradar os maratonistas. É para forçar o espectador a confrontar todos os crimes juntos — e perceber os padrões: o privilégio, o controle, a impunidade aparente, a busca por legitimação. O público não vai ver apenas criminosos. Vai ver como a sociedade os criou. E como a mídia os elevou.

Segundo dados da IMDb, a série já acumula 6,8/10 com 407 avaliações e uma popularidade de 141 — números impressionantes para uma produção ainda não lançada. Isso não é acaso. É o reflexo de uma sociedade que não consegue desviar o olhar de seus próprios monstros.

Quem está por trás da câmera — e por que isso importa

Vera Egito, que também assina o roteiro junto com Ulisses Campbell, Juliana Rosenthal, Thays Berbe e Maria Isabel Iorio, não veio de um background de grandes produções. Ela é da geração que cresceu assistindo documentários em canais de TV a cabo, e que entende que o verdadeiro drama está nos silêncios, nas expressões, nas pausas entre as perguntas. A câmera em Tremembé não é invasiva. Ela observa. Como um repórter que sabe quando se afastar.

Os atores não apenas interpretam. Eles se fundem. Marina Ruy Barbosa, que antes era vista como a mocinha de novelas, agora carrega o peso de uma mulher cujo rosto foi reproduzido em capas de revistas por anos. Carol Garcia, que já foi conhecida por papéis leves, agora encarna uma mulher que cortou o corpo do marido em pedaços e ainda hoje diz que "não sente remorso". É um risco. E é exatamente por isso que funciona.

Um futuro sem confirmação — mas com possibilidades

O Prime Video ainda não anunciou uma segunda temporada. Mas o O Tempo aponta algo crucial: o formato da série é quase antológico. Isso significa que, em vez de seguir a vida de Suzane ou Elize, a próxima temporada poderia focar em outro presídio — e outros nomes. O Complexo de Guaianases? O Carandiru? A Penitenciária de Bauru? O material é abundante. E o público já demonstrou interesse.

Além disso, a realidade por trás das grades continua. Suzane von Richthofen, por exemplo, está em liberdade condicional desde 2023, casada e mãe de um menino nascido em janeiro de 2024. Ela cursa Direito. E ainda é figura de debate. O que isso significa para a série? Que a linha entre ficção e realidade está cada vez mais tênue. E talvez, por isso, ela seja tão poderosa.

Por que isso tudo importa agora?

Porque Tremembé não é só entretenimento. É um espelho. Em um momento em que o Brasil vive um aumento de crimes com forte cobertura midiática, a série nos obriga a perguntar: quem são os verdadeiros culpados? Os detentos? O sistema que os criou? Ou nós, que os transformamos em celebridades?

Essa não é apenas uma série sobre presídios. É sobre como a sociedade brasileira lida com o mal — e o que fazemos quando ele vira entretenimento.

Frequently Asked Questions

Quais crimes reais são retratados na série Tremembé?

A série aborda cinco casos reais: o assassinato dos pais de Suzane von Richthofen em 2002; o esquartejamento do marido por Elize Matsunaga em 2008; o homicídio de Isabella Nardoni em 2008, cometido pelo padrasto Alexandre Nardoni e pela avó Anna Carolina Jatobá; e os crimes dos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, envolvidos no caso Suzane. Também aparece Roger Abdelmassih, acusado de abusar sexualmente de pacientes. Todos os fatos são baseados em autos processuais e livros do jornalista Ulisses Campbell.

Onde foi filmada a série Tremembé?

As cenas foram gravadas em estúdios em São Paulo, mas a ambientação é fiel à Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé. A equipe usou fotos, vídeos e relatos de ex-presidiários e jornalistas para reconstruir os corredores, celas e pátios com precisão. Nenhuma filmagem foi feita dentro do presídio real — por questões de segurança e privacidade.

Suzane von Richthofen está realmente em liberdade? Como isso afeta a série?

Sim. Suzane foi liberada condicionalmente em 2023, após 21 anos de prisão. Ela é mãe de um menino nascido em 2024 e estuda Direito. A série não a retrata como personagem viva, mas como detenta — o que cria um contraste perturbador. Isso torna a narrativa ainda mais complexa: o público sabe que a mulher que matou os pais ainda vive entre nós, e isso desafia qualquer julgamento simplista.

A série é fiel aos fatos ou há exageros dramáticos?

A produção prioriza fidelidade histórica. Diálogos, sequências e até horários de visitas foram baseados em documentos judiciais. Mas há liberdades narrativas: cenas de confronto entre personagens, por exemplo, são reconstruções. Ninguém sabe exatamente o que foi dito nas celas. O que a série oferece é a versão mais verossímil, baseada em provas, depoimentos e livros de referência — não em especulações de tabloides.

Por que a série foi lançada toda de uma vez, e não semanalmente?

O Prime Video optou por um formato "binge-ready" para intensificar o impacto emocional. Lançar todos os episódios juntos permite que o espectador veja os crimes como um todo — não como eventos isolados. Isso reforça a ideia central da série: que esses crimes não são casos únicos, mas parte de um mesmo sistema falho. A estratégia também visa maximizar o engajamento nas primeiras semanas, quando os dados de audiência serão analisados para decidir por uma segunda temporada.

Haverá uma segunda temporada de Tremembé?

Ainda não há confirmação oficial. Mas o formato da série — quase antológico — permite que a próxima temporada explore outros presídios e outros criminosos famosos, como o caso do "Bandido da Luz Vermelha" ou os crimes da quadrilha do "Capitão Guimarães". O Prime Video já tem material suficiente, e a audiência inicial promete ser recorde. A decisão virá nas primeiras semanas após 31 de outubro de 2025.

9 Comentários

Leandro Moreira
Leandro Moreira
7 nov 2025

Essa série vai ser um pesadelo. Não é entretenimento, é um show de horrores com atores profissionais. Eles transformam vítimas e algozes em ícones de TikTok. O sistema prisional não precisa de mais fama, precisa de reforma real.

Se vocês acham que isso é jornalismo, estão enganados. É voyeurismo com orçamento de Hollywood.

Carlos Gomes
Carlos Gomes
8 nov 2025

A produção é tecnicamente impressionante. A direção de Vera Egito evita o sensacionalismo por meio de enquadramentos minimalistas e silêncios deliberados - algo raro no true crime brasileiro. Os atores não 'interpretam', eles se tornam os personagens: Marina Ruy Barbosa carrega a frieza psicológica de Suzane com uma precisão quase clínica.

A base documental é sólida: os autos processuais, os livros de Ulisses Campbell e os depoimentos de ex-presidiários foram cruzados com rigor. Nenhuma cena foi inventada - apenas reconstruída com base em evidências. Isso eleva a série a um patamar de responsabilidade ética raro na TV.

O lançamento binge não é só estratégia de streaming; é uma exigência narrativa. Para entender o sistema, você precisa ver todos os crimes juntos - e perceber que eles compartilham a mesma raiz: privilégio, impunidade e a falência do sistema educacional.

MAYARA GERMANA
MAYARA GERMANA
9 nov 2025

ahhh sim pq a gente precisa de mais um show de "mulheres ruins que mataram" pra se sentir moralmente superior???

deixa eu adivinhar: a próxima temporada vai ser "a vida secreta de Lula no presídio" e depois "como o Bolsonaro virou santo no cárcere"???

isso não é documentário, é reality show com direito a close no olho da Suzane enquanto ela chora no banho. o povo brasileiro ama sofrer com glamour.

eu juro que se eu ver mais um close no rosto de uma mulher que matou o marido pra falar "não sinto remorso", eu me transfiro pro Paraguai.

ps: se o Prime Video quiser fazer algo real, faça uma série sobre os juízes que liberaram eles. ai sim, seria um horror.

Flávia Leão
Flávia Leão
9 nov 2025

É curioso como a gente transforma criminosos em figuras mitológicas. Suzane não é uma monstra - é um produto. Um produto da classe média alta, da educação rígida, da ausência de empatia, da mídia que a transformou em símbolo antes mesmo do julgamento.

Nós não estamos assistindo a um docudrama. Estamos assistindo a um espelho que recusa-se a mostrar o rosto de quem o segura. Quem criou esses criminosos? Os pais? O sistema? O YouTube? A escola? O silêncio da família?

A série é poderosa porque não responde. Ela apenas mostra. E isso assusta mais do que qualquer explicação.

Se você acha que isso é entretenimento, talvez você seja o problema.

Cristiane L
Cristiane L
10 nov 2025

Alguém sabe se a cena em que Suzane fala com o advogado na cela é baseada em alguma gravação real ou só reconstrução? Achei aquela cena muito intensa - o jeito que ela segura o lápis, a voz baixa... parece algo que realmente aconteceu.

E o fato de eles terem usado o mesmo tipo de cerâmica das celas de Tremembé II? Isso é detalhe que só quem já visitou presídio nota. Parabéns pela pesquisa.

Andre Luiz Oliveira Silva
Andre Luiz Oliveira Silva
11 nov 2025

olha só, a série tá chegando e já tá virando meme no Twitter: "Suzane tá solta, eu tô preso no meu emprego"

mas sério, esse negócio é o tipo de coisa que o Brasil merece. A gente adora um herói vilão, um monstro com direito a capa de revista e entrevista na Globo. E agora? A gente vai torcer por quem? Por Elize que esquartejou o marido? Por Anna Carolina que fingia que a neta era a filha dela?

isso não é true crime, é true tragedy com um toque de Netflix. E eu tô na borda do sofá esperando pra ver se o André Matos vai aparecer como fantasma na cela 7.

ps: se a segunda temporada for sobre o Capitão Guimarães, eu faço um podcast só sobre isso. #TremembéSeason2

Leandro Almeida
Leandro Almeida
12 nov 2025

Essa série é o auge da decadência moral brasileira. Vocês não veem? Estamos celebrando assassinos. Suzane, Elize, Nardoni - todos viraram ícones de uma cultura que não sabe mais distinguir entre culpa e compaixão.

Se a gente não parar de transformar criminosos em celebridades, em breve vamos ter reality show com presidiários votando quem vai ser o próximo a ser liberado.

Isso não é arte. É narcisismo coletivo disfarçado de jornalismo. E vocês, que estão comentando aqui, são os mesmos que aplaudem quando o preso vira influencer.

Lucas Pirola
Lucas Pirola
12 nov 2025

...

o lançamento todo de uma vez...

é realmente inteligente...

porque se fosse semanal...

eu acho que eu ia desistir...

porque não consigo...

ver isso tudo...

de uma vez...

mas também não consigo...

esperar...

porque é como se o tempo...

parasse...

quando você vê aquela cena da Suzane...

segurando o copo de água...

e olhando pra parede...

como se soubesse...

que o mundo...

ainda está olhando...

...

kang kang
kang kang
14 nov 2025

Mano, isso aqui é o que o Brasil precisa 🙏

Quem é que nunca se perguntou como é viver com alguém que matou os próprios pais? 🤔

Essa série tá mais real que a minha vida de 30 anos de trabalho e dívida. 💀

Se a segunda temporada for sobre o Complexo de Guaianases, eu faço um culto em homenagem à Vera Egito 🙌

Quem tá comigo? 🏳️‍🌈🔥 #TremembéIsLife

Escreva um comentário

Seu endereço de e-mail será restrito a nós