Mounjaro chega ao Brasil e promete revolucionar tratamento da obesidade com eficácia superior

10

junho

Mounjaro: o novo protagonista contra a obesidade chega ao Brasil

Muita gente já ouvia falar do Mounjaro antes mesmo de ele aparecer nas prateleiras brasileiras, mas agora o medicamento ganhou status de estrela no tratamento da obesidade. Desenvolvido pela Eli Lilly, o Mounjaro utiliza a substância tirzepatida, um composto injetável que trabalha de maneira diferente dos famosos remédios à base de semaglutida, como Ozempic. Ele foi apresentado oficialmente ao Brasil com sua aprovação ampliada pela Anvisa no dia 9 de junho de 2025 e já está disponível nas farmácias desde 15 de maio do mesmo ano.

Não dá para ignorar o preço: uma caixa vai custar R$3.627,82. Parece caro? Isso mostra como os medicamentos de ponta para obesidade ainda são de difícil acesso para boa parte da população. Apesar desse valor alto, a promessa de eficácia empolgou endocrinologistas ao redor do país — nos testes clínicos, Mounjaro apresentou uma redução de peso corporal 47% maior do que a obtida com a semaglutida, o que já coloca a droga em um novo patamar de expectativa para quem se frustra com regimes e outras tentativas frustradas.

Tecnologia dupla: como a tirzepatida faz diferença

Tecnologia dupla: como a tirzepatida faz diferença

O segredo do Mounjaro está em seu mecanismo de ação: ele atua em duas frentes hormonais, estimulando ao mesmo tempo os receptores GLP-1 e GIP. Enquanto a maioria dos remédios antigos focava só no GLP-1, a combinação agora oferece um efeito duplo no controle do apetite e no uso eficiente da energia pelo corpo. Alexandre Hohl, diretor da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade, chegou a dizer que a chegada do Mounjaro simboliza uma virada na forma como tratamos obesidade no Brasil.

De início, a tirzepatida foi aprovada para diabetes tipo 2 em 2023, mas agora a autorização cobre adultos com obesidade (IMC acima de 30) e pessoas com sobrepeso (IMC acima de 27) que convivem com doenças como hipertensão ou colesterol alto. Ou seja, muito mais gente pode ter acesso ao tratamento, dependendo da avaliação médica.

  • Obesidade (IMC ≥30 kg/m²): autorização direta para uso.
  • Sobrepeso (IMC ≥27 kg/m²) com problemas como hipertensão ou dislipidemia: também liberado.

A expectativa é que esse movimento estimule debates sobre políticas de acesso e tratamentos combinados. Os médicos terão de navegar entre a empolgação com a eficácia e os desafios de inclusão no sistema público de saúde. Num país onde a obesidade cresce rápido, a chegada do Mounjaro pode mexer bastante no mercado e nos consultórios pela frente.

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