Quando Paulo Soares, locutor esportivo da ESPN Brasil faleceu na última segunda‑feira, 29 de setembro de 2025, no Hospital Sírio‑Libanês em São Paulo, o Brasil perdeu um dos rostos mais queridos da mídia esportiva. O diagnóstico final foi falência múltipla dos órgãos, consequência de anos lutando contra problemas de coluna e outras doenças crônicas. A morte aconteceu apenas 16 dias depois de completar 63 anos, em 13 de setembro, e quase um ano após a perda de seu parceiro de bancada, Antero Greco.
A carreira de Paulo começou na década de 1990, quando ainda era estudante de jornalismo na PUC‑SP. Seu jeito descontraído e a capacidade de transformar números de placar em histórias de vida o levaram rapidamente à ESPN, que na época buscava um rosto que aproximasse o público da cobertura esportiva. Em 2002, SportsCenter recebeu a dupla Soares‑Greco, que rapidamente se tornou sinônimo de humor e autoridade nas transmissões ao vivo.
Ao longo de duas décadas, Paulo comandou mais de 3.500 edições do programa, cobriu cinco Copas do Mundo, quatro Jogos Olímpicos e esteve presente em momentos marcantes como a vitória histórica do Brasil sobre a Alemanha em 2014. Seu bordão "Vamos dar risada, gente" virou meme nacional e ainda hoje aparece em vídeos de fãs nas redes sociais.
Por trás da personalidade brincalhona, havia um homem que enfrentava dores constantes na coluna vertebral. Em 2020, Paulo anunciou publicamente que sofria de escoliose avançada, o que o obrigou a reduzir as horas em pé nas transmissões. Em 2023, a situação se agravou: exames revelaram hérnias discais múltiplas e necessidade de cirurgias corretivas.
Em janeiro de 2025, após crises de insuficiência renal e problemas cardiopulmonares, ele foi internado no Hospital Sírio‑Libanês. A internação durou cerca de cinco meses, período em que ele recebeu visitas de colegas, fãs e familiares, mas sua condição permanecia delicada.
Em 16 de maio de 2024, o Brasil ainda chorava a perda de Antero Greco, que sucumbiu a um tumor cerebral. Nesse dia, Paulo fez uma participação especial ao vivo no SportsCenter em homenagem ao amigo. Entre lágrimas e risos, ele lembrou: "Vamos dar risada, gente. A Glaucia abriu o programa chorando. Como eu posso falar alguma coisa agora?". Foi um dos últimos momentos em que o público viu o “Amigão da Galera” em plena forma.
Nas semanas que antecederam sua morte, Paulo estava visivelmente debilitado nas raras visitas ao hospital, mas ainda mantinha o humor que o caracterizava, lançando piadinhas sobre a própria condição para aliviar o clima. Essa força de espírito é lembrada pelos colegas como a prova de que, até nos últimos instantes, ele soube como fazer a gente sorrir.
A morte de Paulo Soares levanta questões sobre a saúde mental e física dos profissionais que vivem sob pressão constante. Psicólogos do esporte apontam que a rotina de viagens, horário irregular e a necessidade de estar sempre "ligado" podem acelerar problemas de saúde. O caso de Soares segue como alerta para emissoras que ainda não implementam programas de acompanhamento médico efetivo.
Além disso, seu estilo de conduzir a transmissão – misturando informação técnica com humor acessível – criou um modelo que agora é estudado em cursos de comunicação. Universidades como a USP e a FMU inseriram módulos sobre "Jornalismo esportivo de personalidade" inspirados no trabalho da dupla Soares‑Greco.
Com a perda de duas das vozes mais emblemáticas da ESPN Brasil, a emissora está reestruturando a grade do SportsCenter. Rumores indicam que jovens apresentadores, como Rafael Lima, serão preparados para assumir o espaço, mas a tarefa de manter a mesma conexão emocional com o público será desafiadora.
Para os fãs, o legado de Paulo permanece vivo: arquivos de programa ainda circulam em YouTube, podcasts dedicados revisitam suas análises e, sobretudo, a frase "Vamos dar risada, gente" virou um mantra de esperança nos momentos de adversidade.
O laudo médico apontou falência múltipla dos órgãos, consequência de problemas crônicos na coluna vertebral, insuficiência renal e complicações cardiopulmonares que se agravaram ao longo de cinco meses de internação.
Durante mais de 20 anos, eles combinaram conhecimento técnico com humor irreverente, criando uma química que fez o SportsCenter da ESPN Brasil se tornar referência de entretenimento e informação para o público.
A emissora perdeu um dos seus principais rostos, o que gerou uma reestruturação da grade esportiva. Além disso, a empresa agora enfrenta a pressão de preservar a memória do apresentador enquanto busca novos talentos que mantenham a mesma conexão com a audiência.
Especialistas recomendam monitoramento regular da saúde física, programas de prevenção de lesões na coluna e apoio psicológico para lidar com a pressão de estar constantemente em público. Muitas emissoras já iniciam programas de bem‑estar para seus apresentadores.
Participando de ações nas redes sociais com a hashtag #AdeusAmigão, compartilhando trechos marcantes de suas transmissões e apoiando projetos de comunicação esportiva que perpetuem seu estilo de unir informação e humor.
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